Presidente do Sindicato dos Policiais Federais do DF alerta que foro privilegiado retarda o andamento das investigações contra políticos e autoridades.

Delegado Flávio Werneck – Presidente do SINPOL/DF

O atual presidente do Sindicato dos Policiais Federais do DF (Sindipol/DF), Flávio Werneck, falou da luta da corporação para combater a corrupção e os privilégios do tal Foro Privilegiado no país. Flávio observa que a burocracia atrapalha as investigações e que os policiais federais se adaptaram para não perder provas e seguir em frente com as operações, “driblando a burocracia” quando possível. Aponta também que o ambiente de trabalho da corporação é ruim e espera que a Lava Jato deixe o legado positivo.

“Nós estamos na contramão do mundo inteiro. Enquanto lá fora as investigações se valem da meritocracia, da eficiência, da rapidez e do uso de tecnologia, – por exemplo, esta entrevista está sendo gravada por meio de um celular – aqui no Brasil isso é impossível para nós, policiais federais. Não se pode fazer uma oitiva de ninguém com um celular (gravador). Não tem valor de prova. Aqui, tem que fabricar papel. E esse mesmo rito se repete quando o inquérito vai para o Judiciário. Tudo muito burocrático. Repetições de atos e baixo nível de eficiência do nosso sistema”. Afirmou o sindicalista. Werneck é formado em Direito e está na Polícia Federal desde 2003.