O cientista chinês He Jiankui na II Cúpula Internacional sobre a Edição do Genoma Humano, em Hong Kong, afirmou ter criado os primeiros bebes geneticamente modificados da história da humanidade.
Em seu discurso, He Jiankui reiterou que permitiu o nascimento de gêmeas que tiveram o DNA alterado com o argumento de deixá-las mais resistentes ao vírus HIV. As gêmeas se chamariam Lulu e Nana. O cientista, dirige um laboratório em Shenzhen.
O anúncio dos nascimentos das gêmeas, recebeu muitas críticas em todo o mundo.
A comunidade científica denunciou a falta de verificação independente ou o fato de ter exposto embriões saudáveis a modificações genéticas. Vários pesquisadores consideraram o ato uma “loucura” . Especialistas vêem como aberração, e ferem a ética, as leis e segurança, e podem ter consequências imprevisíveis.
O especialista Robin Lovell-Badge, opinou que o teste representa um “passo atrás” para a comunidade científica. Mas afirmou; “É um exemplo de enfoque que não foi suficientemente prudente e proporcional”, “No entanto, é óbvio que se trata de algo histórico. Os dois bebês seriam os primeiros geneticamente modificados. É um momento capital na história”, declarou.
O geneticista, formado na universidade americana de Stanford, afirmou que utilizou a técnica CRISPR/Cas9, conhecida como as “tesouras do genoma”, que permite remover e substituir partes indesejáveis do genoma como a correção de um erro de digitação em um computador. As gêmeas nasceram, segundo o cientista, após uma fertilização in vitro a partir de embriões modificados antes de serem implantados no útero da mãe.
O pesquisador americano de origem chinesa Feng Zhang, que reivindica a paternidade da técnica CRISPR/Cas9, considerou o experimento perigoso e desnecessário. “Esta experiência não deveria ter acontecido. O que ele fez não é científico”, declarou ele à imprensa.
A técnica abre perspectivas no âmbito das doenças hereditárias. Mas é muito controversa porque as modificações realizadas seriam transmitidas às gerações futuras e poderiam afetar o conjunto do patrimônio genético.
A China deseja assumir a liderança da pesquisa genética e da clonagem, mas as zonas cinzentas da legislação do país permitem experiências polêmicas.
Fato é, que um precedente foi aberto. Poderemos ver no futuro próximo, o desenvolvimento de uma super raça, ou a mutação de gênesis com aberrações inimagináveis transformando a humanidade em verdadeiros mutantes.
A conferir os próprios capítulos dessa odisseia.
Cientista chinês He Jiankui
